sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Manuel de Arriaga (1840 - 1917)


Presidente da República entre: 24 de Agosto de 1911 a 26 de Maio de 1915


Enquanto estudava na Universidade de Coimbra, para se "formar em leis", aderiu ao ideário republicano. Em 1882 foi deputado pela maioria republicana, e nove anos mais tarde passou a fazer parte do directório do partido. O Governo Provisório nomeou-o Procurador-geral da República e, em Agosto de 1911, já com 71 anos, foi eleito Presidente da República. Governou durante um período conturbado, marcado pela agitação social e pelos movimentos monárquicos.

Teófilo Braga (1843 - 1924)


Presidente da República entre: 29 de Maio de 1911 a 5 de Outubro de 1911


Apesar de ter iniciado os seus estudos universitários em Teologia, licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Foi escolhido para presidir ao I Governo Provisório saído do 5 de Outubro de 1910 até à eleição de Manuel de Arriaga, tendo depois, por deliberação do Congresso, exercido o mandato de 29 de Maio a 5 de Outubro de 1911. Foi seduzido pelas ideias positivistas de Comte, as quais defendeu.

Bernardino Machado (1851 - 1944)


Presidente da República entre: 6 de Agosto de 1915 a 5 de Dezembro de 1917


Com 28 anos, doutorou-se em Matemática e Filosofia na Universidade de Coimbra. Foi deputado do Partido Regenerador entre 1882 e 1886, e par do Reino em 1890. Foi também Ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria no decorrer do ano de 1893. Ingressou no Partido republicano dez anos mais tarde, e foi Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo Provisório. Chegou a primeiro-ministro em 1913, num período marcado por grande agitação política, e foi finalmente eleito Presidente da República em 1915. O movimento revolucionário de Sidónio Pais levou à sua demissão em 1917, mas ainda foi eleito para um segundo mandato em Dezembro de 1925. Também este foi de curta duração, terminando com o movimento de 28 de Maio de 1926.

Sidónio Pais (1872 - 1918)


Presidente da República entre: 28 de Abril de 1918 a 14 de Dezembro de 1918


Tornou-se senador em 1910, fazendo parte do Ministério de Manuel de Arriaga. Em 1917 liderou um movimento revolucionário levado a efeito para derrubar o governo de Afonso Costa. Sidónio demitiu o presidente Bernardino Machado e tomou conta do poder. Fez-se eleger Presidente da República por sufrágio universal em 1918, à revelia da Constituição, e instaura uma ditadura, amordaçando a imprensa. Foi alvo de dois atentados, um a 5 de Dezembro de 1918, e outro a 14 de Dezembro do mesmo ano, o qual veio a ter consequências fatais.

João de Canto e Castro (1862 - 1934)


Presidente da República entre: 16 de Dezembro de 1918 a 5 de Outubro de 1919


Este Almirante foi deputado em 1908 e Ministro da Marinha em 1918, sendo eleito Presidente da República em Dezembro desse ano. Numa época de grande tensão e instabilidade política, Canto e Castro abstraiu-se da sua formação militar e dos seus ideiais monárquicos. Teve de lidar com várias tentativas de insurreição, chegando mesmo a proclamar-se a monarquia nalguns locais do país. Foi sucedido em 1919 por António José de Almeida.

António José de Almeida (1866-1929)


Presidente da República entre: 5 de Outubro de 1919 a 5 de Outubro de 1923


Estudou Medicina na Universidade de Coimbra, e desde cedo adoptou o ideário republicano. Depois de ter sido médico em S. Tomé, Angola e Paris, voltou para dedicar-se à vida política, entrando para a Câmara dos Deputados. Foi ministro do Interior durante o primeiro Governo Provisório, e em 1916 foi ministro das Colónias, chegando mesmo a chefiar o Governo. Tornou-se líder do Partido Republicano entre 1912 e 1919, e fundou o Partido Evolucionista. Foi eleito Presidente da República em Outubro de 1919, o primeiro a cumprir o seu mandato de quatro anos sem interrupções.


Manuel Teixeira Gomes (1860-1941)


Presidente da República entre: 6 de Outubro de 1923 a 11 de Dezembro de 1925


Foi ministro dos Negócios Estrangeiros em Londres, entre 1911 e 1918. Quando Sidónio Pais ocupou a presidência, chamou-o de volta a Portugal e demitiu-o. Afonso Costa, em Paris, sugeriu a sua candidatura, e Teixeira Gomes foi eleito Presidente da República em Agosto de 1923. No mesmo ano deixou o cargo e partiu para a Argélia, onde veio a falecer.

Mendes Cabeçadas (1883-1929)



Presidente da República entre: 31 de Maio de 1926 a 17 de Junho de 1926


Mendes Cabeçadas, revolucionário de uma linha moderada, julgava ainda ser possível constituir um governo que não pusesse em causa o regime constitucional, mas apenas livre da nefasta influência do Partido Democrático. No entanto, os demais conspiradores (entre os quais Gomes da Costa e Óscar Carmona) julgaram-no como sendo incapaz e, no fundo, o último vestígio do regime constitucional da I República. Após uma reunião dos revoltosos no seu quartel-general em Sacavém, em 17 de Junho de 1926, Mendes Cabeçadas foi forçado a renunciar às funções de Presidente da República e de Primeiro-Ministro a favor de Gomes da Costa.

Mais uma vez passou a apoiar os oposicionistas, tendo-se envolvido em várias revoltas, e subscrito até manifestos contra a ditadura, até à sua morte, em 1965.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Gomes da Costa (1863-1929)



Presidente da República entre: 19 de Junho de 1926 a 9 de Julho de 1926


Gomes da Costa afastou Mendes Cabeçadas da Presidência da República e assumiu os seus poderes até 9 de Julho de 1926, enquanto não foi designado um novo Chefe de Estado.

Óscar Carmona (1869-1951)


Presidente da República entre: 16 de Novembro de 1926 a 18 de Abril de 1951


Oficial de cavalaria, tomou uma posição de destaque na defesa e absolvição dos implicados no golpe de Abril de 1925. Foi nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros do primeiro governo saído do 28 de Maio. Ao chefiar o golpe que conduz ao afastamento de Gomes da Costa, tornou-se o líder máximo da ditadura, institucionalizando-a e colocando à sua frente um homem que progressivamente ganhou uma posição de relevo: Salazar. Em 1928 apresentou-se como único candidato às eleições presidenciais, cargo que iria ocupar sucessivas vezes até à sua morte.

Francisco Craveiro Lopes (1894-1964)


Presidente da República entre: 21 de Julho de 1951 a 9 de Agosto de 1958


Cumpriu uma carreira militar brilhante, e foi Comandante-Geral da Legião Portuguesa em 1944. Após a morte de Carmona, foi convidado a suceder-lhe na Presidência da República, cargo que ocupou até 1958. Mais tarde colaborou na tentativa de golpe protagonizada por Botelho Moniz, que pretendia demitir Salazar e reconduzi-lo à presidência.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Américo Tomás (1894-1987)


Presidente da República entre: 9 de Agosto de 1958 a 25 de Abril de 1974

Este Almirante tornou-se Presidente da República em 1958, e foi deposto pela revolução de 25 de Abril de 1974. Era ministro da Marinha quando Salazar o propôs para disputar as eleições contra o General Humberto Delgado, candidato da oposição democrática que foi vencido graças à fraude. Depois do 25 de Abril esteve exilado no Brasil, só regressando em 1979.

António de Spínola (1910-1996)


Presidente da República entre : 15 de Maio de 1914 a 30 de Setembro de 1914

Militar e político, foi comandante-chefe e governador na Guiné-Bissau entre 1968 e 1973. No ano seguinte tornou-se vice-chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, mas foi exonerado devido à publicação da obra "Portugal e o Futuro", na qual punha em causa a política colonial do Governo. Depois do golpe militar de 25 de Abril, a Junta de Salvação Nacional elegeu-o para Presidente da República, tendo-se demitido em Setembro de 1974. Envolveu-se na conjuntura militar de 11 de Março de 1975, e foi promovido mais tarde a marechal do Exército.

Costa Gomes (1914- 2001)


Presidente da República entre: 30 de Setembro de 1974 a 27 de Junho de 1976

Francisco Costa Gomes foi nomeado subsecretário de Estado do Exército em 1958, tendo sido mais tarde exonerado devido às suas divergências relativamente à política colonial. Foi comandante da Região Militar de Moçambique, comandante-chefe das Forças Armadas de Angola e, em 1972, foi nomeado Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas. Também desse cargo foi exonerado em Março de 1974. Retomou no entanto as funções após o golpe militar de 25 de Abril desse ano, e em Setembro ascendeu ao cargo de Presidente da República, onde permaneceu até Julho de 1976.

Ramalho Eanes (1935- ...)


Presidente da República entre : 14 de Julho de 1976 a 9 de Março de 1986

Depois de uma demorada carreira de combatente nas guerras coloniais, Ramalho Eanes encontrava-se em Angola aquando da revolução de 25 de Abril de 1974. Regressado a Portugal, foi presidente da RTP, e dirigiu as operações militares do 25 de Novembro de 1975 contra a facção mais radical do Movimento das Forças Armadas. Em 1976 foi eleito Presidente da República, sendo reeleito em 1980. Cessou as funções em Fevereiro de 1986.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Mário Soares (1924- ...)


Presidente da República entre: 10 de Março de 1986 a 9 de Março de 1996


Enquanto jovem, participou em acções de resistência contra o regime de Salazar e Caetano, tendo conhecido a prisão e o exílio. Fez parte do Movimento de Unidade Democrática, participou na campanha do general Humberto Delgado e nas eleições parlamentares de 1969. Foi um dos fundadores do Partido Socialista, e tornou-se o seu líder depois do 25 de Abril de 1974. Nessa qualidade chefiou os primeiro e segundo governos constitucionais. Em 1983 regressou ao poder, após um afastamento de cinco anos durante os quais se assumiu como a principal figura da oposição. Foi eleito Presidente da República à segunda volta das eleições de 1986, e reeleito em 1991.

Jorge Sampaio (1939 - ...)


Presidente da República entre : 9 de Março de 1996 a 9 de Março de 2006


Licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa, participou activamente na crise académica de 1962, foi candidato a deputado pela CDE , e em Dezembro 1974 ajudou à criação do Movimento da Esquerda Socialista. Foi secretário de Estado da Cooperação Externa no IV Governo Provisório, participou na criação do Grupo de Intervenção Socialista, e em 1978 integrou-se no PS. Na IV Legislatura foi vice-presidente do grupo parlamentar desse partido, e na V Legislatura foi o presidente. Após a demissão de Vítor Constâncio foi eleito secretário-geral do PS, fazendo também parte do Conselho de Estado. Nas eleições autárquicas de 1989 foi eleito presidente da Câmara de Lisboa, cargo que só abandonou em 1995 para concorrer às presidenciais do ano seguinte. Ao vencer essas eleições tornou-se o no 5º Presidente da república pós-25 de Abril.


Aníbal Cavaco Silva (1939 -...)


Presidente da República entre: 22 de Janeiro de 2005 - . . .



Formou-se em Lisboa, no Instituto de Ciências Económicas e Financeiras, em 1964, e ali passou a ensinar a partir de 1966. Na Universidade de York (Reino Unido) doutorou-se, em 1973, com a tese Economic Effects of Public Debt. Professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa (desde 1979), da Universidade Católica (1975) e director do Gabinete de Estudos do Banco de Portugal, assumiu em 1980 a pasta de Economia e Finanças no governo de Francisco Sá Carneiro, demitindo-se em 1981 e recusando-se depois a integrar o novo executivo liderado por Pinto Balsemão após a morte de Sá Carneiro. Tendo assumido, em Maio de 1985, a liderança do PSD, levou o partido a ganhar as eleições para a Assembleia da República realizadas em 6 de Outubro de 1985, tornando-se o primeiro-ministro do 10.º Governo Constitucional. Após as eleições legislativas de 1987 e 1991, em que seu partido obteve maiorias absolutas, constituiu, respectivamente, o 11.º e 12.º Governos Constitucionais. Depois de perder as eleições presidenciais em 1996, que deram a vitória a Jorge Sampaio, afastou-se da vida política e prosseguiu com a carreira docente.